(O carro avança lentamente na escuridão; ambos permanecem em silêncio, apáticos e distantes.)
ELA (falando inesperadamente, num tom apologético; envergonhada por não dizer nada há imenso tempo, por não o tocar, não se interessar; por agir como se estivesse só dentro do carro): Desculpa. (Baixando a voz, embaraçada pela confissão.) Por vezes, esqueço-me de que estou acompanhada.
ELA (falando inesperadamente, num tom apologético; envergonhada por não dizer nada há imenso tempo, por não o tocar, não se interessar; por agir como se estivesse só dentro do carro): Desculpa. (Baixando a voz, embaraçada pela confissão.) Por vezes, esqueço-me de que estou acompanhada.
ELE (num tom indiferente): Não faz mal. (Olha a escuridão que passa lá fora, desoladora; como se o mundo estivesse vazio, pensa.) Sabe bem estar sozinho. (Fica a pensar se ela terá percebido a ironia)...